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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Depoimento da colega Ana Maria Guedes Rizzittiello

Após ler os depoimentos de algumas celebridades, tais como o da jornalista Danuza Leão da qual invejo o privilégio que teve ao possuir amigos como Di Cavalcanti, Vinícius de Moraes e Rubem Braga que por si só já lhe foram experiências vivas de leitura e escrita, ou de Newton Mesquita, quando diz que o processo de leitura “... detona tantas ideias e fantasias que se torna parte de sua vida”, remetem-me ao meu tempo de criança e adolescente e a minha experiência de leitura e escrita.
O que me fascinava,  como leitura na infância, eram os famosos e atraentes contos de fadas editados em livros grandes e coloridos. As palavras e as imagens me faziam viajar e entrar nelas e, através delas, num mundo onde a fantasia era a realidade. Modo de ter um universo onde as coisas ruins e ou os problemas ficavam de fora.
Não éramos abastados, logo a melhor forma de ler e ler e ler era trocando esses livros com os amigos de escola, de bairro. Trocávamos também os “gibis”, então o universo de possibilidades se expandia.
Lembro-me quando meu pai, que não tinha muitas posses, mas valorizava a leitura, trouxe para casa uma coleção chamada “Tesouro da Juventude”, tipo de enciclopédia, onde eu podia ler e fazer pesquisas, não só da escola, mas as minhas próprias pesquisas, uma joia para mim e meus irmãos.
Naquela época, quando se queria obter instrução tinha-se que ir para muito longe até a Biblioteca Municipal, paraíso para os olhos que percorriam os livros na busca de conhecimento. A biblioteca era no centro de São Paulo e morávamos na Vila Ema, bairro bem distante. Aquele local era emanação de energia pura... sensação, cheiro, tudo ainda presente na minha memória.
Havia também uma coleção/seriado,  que meu pai trazia e cuja personagem era um marciano, que me encantava, lia tudo, cada vez que chegava um número novo.
Monteiro Lobato...O Saci... e...A cuca...como me assustava e me atraía ao desvendar o mistério que  continha.
E, quanto à escrita propriamente dita, o nome que me vem à memória é do Prof. Sérgio, da Escola Estadual São Paulo, no Parque D.Pedro II, em São Paulo. No Ensino Fundamental II. Ele nos pedia que fizéssemos cada dia uma redação, tínhamos um caderninho só para essa atividade que ele vistava toda a semana. Eu produzia poesias, uma cada dia.  Dessa época (12 anos de idade) eu tenho até hoje um caderno com os poemas desse tempo.

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